domingo, 9 de janeiro de 2011

Ágape

2011 se inicia, para mim, como o ponto culminante de todo um processo evolutivo que, espero, siga seu curso em plenitude... Ando menos cético, mais emotivo e, sim... mais católico (no bom sentido)... Estava meio estressado no final de 2010 - de bem com a vida, mas estressado, meio caótico até - resolvendo problemas... Bem... sou formado em Direito, fui advogado por 10 anos... rs... É natural que eu viva resolvendo problemas, não é mesmo? Aposto que muitos pensaram nisso... Pois é... mas, exatamente por tudo isso, também, às vezes a gente endurece um pouco... e esfria o coração.

Daí, numa conversa muito positiva, uma grande amiga minha, Isabel (por sinal, também advogada, mas incrivelmente doce e sensível), me disse: "por que você não lê o livro do Padre Marcelo, o Ágape?" Eu disse: "ah, tá!" Assunto encerrado. Segui na minha rotina (estressante e caótica de redemoinhos)...

Minha mãe, alguns dias depois, chega em mim e pede esse mesmo livro de presente de natal... Pensei novamente: "nossa, isso virou uma febre!"... Bem... comprei o livro, empacotei e coloquei na árvore. Dia 25 ela abriu o pacote e, lógico, adorou o presente...

Até aí... tudo bem... a surpresa começa com o fato de que, quem primeiro leu o livro não foi minha mãe, mas sim eu... Pensei: "vamos dar uma chance! Ou é pura papagaiada neocatólica ou pode ser produtivo!" Afinal, tava no sítio mesmo, sem fazer nada... A proposta era refletir e relaxar...

Pois bem...

O LIVRO É UMA GRANDE LIÇÃO!

Singelo, em linguagem simples e direta, com ensinamentos que fogem da hipocrisia e demagogia e vão muito na linha do bom-senso... Bom-senso este que às vezes, infelizmente, foge de nossas mentes.

Dentre as frases citadas, uma sempre vai ficar na minha cabeça, e já virou meu lema. É da Madre Teresa de Calcutá: "as pessoas que julgam outras não têm tempo para amá-las." E é verdade!!!

E o que é melhor: o julgar ou o perdoar?

Por muito, pensei ser o julgar... Sempre tentei pautar minhas atitudes e juízos (inclusive a respeito de amigos, relacionamentos e pessoas com quem convivi no meu dia-a-dia), com base no julgamento... Um julgamento pretensamente correto, no máximo do humanamente possivel justo - se é que dá pra ser humano e justo ao mesmo tempo... Hoje questiono se justiça e humanidade podem conviver sob o mesmo teto... Mas o perdão é a grande virtude... O máximo desafio da evolução humana.

A mãe sempre perdoa os filhos... E esse é o grande exemplo clássico de amor... Aquele amor que surge do nada e se mantém com nada e por nada... Ama-se por amar... Não há qualquer lógica em se amar... Apenas se ama, e ponto. Não há interesses, objetivos nesse amor... É o Ágape! Amor Incondicional.

Ágape é um amor generoso? Não necessariamente! Porque faz muito bem para quem ama amar... muito mais que para quem é objeto do amor... E amar é um exercício... com o esforço, o amor vem... mas, para isso acontecer, devemos exercitar o perdão... A partir do momento em que reconhecemos todos nós, seres humanos, como irmãos e parte de um mesmo todo, o cosmos, a ordem universal ou o divino, para alguns, notamos que não há ninguém melhor que ninguém, ninguém menos falível e que todos, ao mesmo tempo que diferentes, singulares, são idênticos, equivalentes... E, quando percebemos que somos apenas parte de um todo único e indivisível e não uma ilha separada do restante do universo, notamos que é muito fácil perdoar!

Afinal, olhe-se! Nunca percebeu em si mesmo erros crassos que jamais cometeria novamente? Você não se perdoou por tê-los cometido? Espero que sim, pois deveria! E, se cometemos erros e nos perdoamos, por que não perdoaríamos o nosso semelhante, que erra nas mesmas condições que nós o fazemos?! E isso faz toda a diferença nessa vida...

E perdoando, amamos...

E eu perdoo, e espero ser perdoado pelos meus erros...

ÁGAPE PARA A HUMANIDADE!

Beijo no coração de todos vocês!!!