domingo, 24 de outubro de 2010

Desapego ou Pecado?!

Pela segunda vez na vida - a primeira foi quando entrei na faculdade - estou pensando em tosar o meu cabelo... Na verdade, não estou mais pensando... Já me decidi: vou cortar essa semana... Ainda não decidi apenas se opto por um corte radical (zero) ou algo intermediário (dois ou, quem sabe, pra não chocar muito, três...).

Cabelo é sinônimo de apego, de vaidade... Mesmo depois de branqueados com o passar dos anos, não pensem vocês, meus queridos amigos leitores, que é fácil deixá-los cair assim, de boa... Nem acreditem vocês que, de uma hora para outra, me desapeguei da vaidade e dos prazeres materiais deste mundo... Não. Não me tornei um monge budista, nem um franciscano!

Mas cabelo ressecado é ruim demais! E como estou adorando meu retorno à natação e à hidroginástica (inclusive em termos de autoestima)... Esse é um mal menor... Até porque, como eu sempre digo: mulher não fica velha, fica loira! E acrescento: homem não fica velho, fica de cabelo curto (ou careca!)...

A piscina (o cloro!) resseca demais!!!! É quase que um exercício de musculação lavar cabelos ressecados, principalmente porque os mesmos ficam volumosos... Como se vê, portanto, além de não ser nada desapegado, faço isso pelo pecado da vaidade, além do agora aqui citado: a preguiça!

Sou vaidoso mesmo! Sou preguiçoso mesmo! Sou apegado à matéria mesmo!!! E assumo!!!!

Por outro lado, sou na minha mesmo! E não tô nem aí com a paçoca!!!!

E é isso. Cortarei os cabelos e pronto!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Saudades de ti, Heloísa Helena...

Pois é... Prometi não voltar ao tema antes do furacão passar... Mas não resisti! De fato, concordo com a máxima de que o homem é um animal político... E cá estou, caro leitor, para falar um pouco do tema "eleições 2010", mas com um enfoque de "retrospectiva 2006".

Repassando... E isso é importante para destacar meu ponto de vista - àqueles que ainda não sabem... Votei em Dilma no 1º turno de 2010. No segundo, não, pois já tinha uma viagem agendada com muita antecedência... Mas, mesmo se estivesse em SP, podem ter certeza: apesar de não estar contente com a perspectiva dos próximos quatro anos - com ou sem PT no governo, ainda mais tendo em vista os acontecimentos pós-3/10/10 - JAMAIS VOTARIA EM JOSÉ SERRA, OU EM QUALQUER COISA QUE ME LEMBRE O NÚMERO 45 (PSDB) OU 25 (DEMOCRATAS)!!!

No entanto, questão de opinião... Respeito quem teclará 45 no segundo turno. Nada contra, nada a favor... E não é disso que vou falar por ora neste blog.

Essa eleição tá muito "chocha" e, principalmente, perigosa. Começou morna, naquele clima de "já ganhou" do meu (ainda) partido preferido - com quem pensava me identificar mais... E foi indo... indo assim... até que, de repente, tudo virou... Marina chegou e o verde tornou o vermelho roxo... mas, em termos de debate de ideias e visões de governo, tudo continuou no mais absoluto breu...

E o breu foi ficando vermelho... vermelho de inferno mesmo... Tudo por ora desbundou para o pseudomoralismo: os contra e os a favor do aborto... Ridícula essa discussão, absolutamente contraproducente, hipócrita, suja!

E aí me veio na memória meu voto no primeiro turno de 2006... Que saudade de Heloísa Helena!!!! Só não votei 50 este ano (PSOL) porque o Plínio é um completo senil!!!! Mas, Heloísa Helena... que saudades de Helô!!!! Aquela alagoana que não tem papas na língua... totalmente louca (no melhor dos sentidos = vanguardista, revolucionária, gauche, como diriam os franceses) que fala o que pensa, na hora que bem entende... sem arredar o pé de suas convicções! Heloísa faz jus ao "socialismo democrático"... e me recordo, certa vez, que, ouvindo-a falar sobre socialismo e liberdade (PSOL = Partido do Socialismo e Liberdade) me fez chorar!!!! Pena que socialismo + liberdade não fazem mais parte da agenda política de nenhum país moderno em nossos dias...

Mas, ainda assim, guardo com carinho aquela figura de Heloísa... sempre de calça jeans azul clara e sua camisetinha hering básica... totalmente coerente consigo mesma... ácida - mas sempre íntegra - no Senado... No seu lugar, quem entrou? Collor!!!! Não dá mais saudade ainda de Heloísa?!

Heloísa representa a paixão na política... Paixão esta que se foi totalmente em 2010... Se tem uma coisa que essa eleição está sendo - e vai ser em muito, infelizmente, lembrada por isso - é insossa e com um gosto amargo de hipocrisia e manipulação no final... E aqui não digo que a munição parta apenas do PSDB-DEM, não!!!!! O PT, juntamente com seu aliado-mor - a grande prostituta eleitoral PMDB - contribuiu demais para o ranço desse (infeliz) momento (histórico) pelo qual ora passamos... Ah, quanta saudade de ti, Heloísa...

Marina nem de perto chega em seu carisma... Apesar de ter sido muito mais bem-sucedida em termos eleitorais (se é que podemos chamar aquilo de sucesso!!!)... Heloísa... Você é uma das raras mulheres que já tirou o meu sono na vida... Já Marina, naquele discurso monotemático e naquele tom de voz modorrento... era uma perfeita canção de ninar... Heloísa, volta em 2014!!!!!

Heloísa representa tudo o que de bom faltou nessa eleição: diversidade de propostas e integridade, bem como coerência de opinião... aquela que começa e termina igual, sem a burrice do irredutível, claro!!!!! Ah, saudades de ti, Heloísa Helena...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tesão

Tesão...
É sangue nas veias,
inundando o coração,
enrubescendo o rosto,
endurecendo membros.

Tesão...
É o enlace de carnes,
de olhares,
de desejos,
de Almas!

Ah... o tesão é um tesão!
Energia que,
em todos os sentidos,
a cada dia nos levanta!!!

Quando nos acabar o tesão,
mortos estaremos!
Pois sem emoção,
nada mais seremos!

A Insignificância

Da terra viemos,
para a terra iremos.
Muitos se acham de ouro,
mas até mesmo o santo é de barro.

O que é a vida diante da eternidade?
Um mísero flash, um átimo...
No entanto insistimos na ilusão de sermos eternos!
Que lástima!
Péssima insignificância!!!

A boa insignificância é plena liberdade.
Liberdade de brincar,
de brincar de viver...

Sem graça é o viver dos Deuses,
eternos, solenes exemplos, porém estáticos, inertes, inanimados...
Ah! Eu gosto mesmo é de ser humano,
pois é na insgnificância, ainda que por apenas um instante, vivemos!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Olhos nos olhos...

Uma imagem vale mais que mil palavras,
As cartas de tarô não mentem, jamais!
Os olhos são o espelho da alma...

Olhar: dois olhos, duas imagens,
Valem, pois, pelo menos, duas mil palavras,
Refletem duas vezes a alma,
como que num espelho ante ao outro,
Imagem infinita...

E nessa infinitude de uma alma,
a refletir um ser,
poderia haver espaço para a mentira?

Não... não há...
Tanto que amar nada mais é
que a perseguição eterna por um olhar...

É o desejo de se ver refletido na alma de outrem...
E de gozar com o gozo alheio...
E nada melhor que gozar,
sentindo, na hora, o olho-no-olho.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Assuntos delicados...

Bem... passada a ressaca das eleições (assunto o qual prefiro não comentar por enquanto... porque me cansou...) seguimos neste blog.

Primeiro uma amenidade, para aqueles que me acusam de futil ou de esnobe: a coleção Kenzo, na Semana de Moda de Paris, está muito bacana... algo assim, um mix de gueixa com "matriochkas", aquelas bonequinhas russas... Muito interessante a textura. Pra quem interessar, segue o link: http://estilo.uol.com.br/moda/album/ap_kenzov11_album.jhtm?abrefoto=2

Assunto em voga, mais profundo, agora, que está muito em discussão nessas eleições, sem ser, naturalmente, um assunto essencialmente político, é o aborto. Teriam as mulheres direito de abortar? Aborto deve ser considerado crime - como ainda o é no Brasil, com um Código Penal de 1940? Podemos "liberar geral"? Deve ser mais rigoroso? E a "pílula do dia seguinte"? Claro que não vou esgotar aqui a questão... mas vou traçar umas linhas gerais sobre... E, claro, aguardo críticas (e, quem sabe, algum elogio... rs...). Fodam-se as críticas e elogios também! Caro leitor, não me entenda mal... Mas não posso pautar meus pensamentos tendo por base o que os outros pensam de mim... Sou livre, de corpo e alma. Assim como você também é pra mandar eu me fuder... E não tem problema... Falô?! rs...

Como é uma questão de opinião, não há verdades universais, mas apenas posições - sempre parciais e pró um dos lados da moeda. Deixo desde já a minha aqui neste blog consignada: SOU 100% A FAVOR DO ABORTO, O QUE NÃO SIGNIFICA, DEIXO CLARO, QUE DEFENDO QUE ELE SEJA UTILIZADO INDISCRIMINADAMENTE COMO MÉTODO CONTRACEPTIVO, MAS APENAS EM CASOS DE EXTREMA NECESSIDADE.

Em primeiro lugar, por ser homem, jamais poderia ser contra o aborto. Na minha reles opinião, homem nenhum pode julgar uma mulher que aborta ou deixa de fazê-lo. Por quê? Porque homens não engravidam! Nenhum homem sabe o que é carregar um ser por 7, 8, 9 meses na barriga e, por fim, pari-lo. A maioria das mulheres entende que essa experiência é sublime. No entanto, podemos simplesmente julgar que alguma mulher que, por acidente, não queira ou não possa passar por esse momento é uma desalmada?! Não. A gravidez - e acho que aqui todos concordam - é uma revolução hormono-corporal. E sou totalmente a favor de que cada um decida o que quer e o que não quer para si. E não me venham com argumentos "pró-vida", no sentido pseudomoralista de que "aquela sementinha é uma vida". Não é vida coisa nenhuma... A personalidade civil começa com o nascimento com vida, diz o artigo 2º do Código Civil... E nascer com vida, para o Direito, é sair do ventre da mãe e respirar. Antes disso, não é ser humano e, portanto, não se está matando ninguém... E acho que, entre a vida da mãe e do feto, ninguém em sã consciência, se tivesse que salvar uma das duas, escolheria o feto, não é mesmo?!

Então: só uma mulher para saber o que é uma gravidez. Não posso condenar alguém que queira interromper um processo interno, que lhe afeta drasticamente, sem conhecer o referido processo. Não consigo me colocar no lugar da pessoa para saber se, naquele caso concreto, a atitude de negação/interrupção daquilo é condenável.

Mais: em muitos casos, em especial quando jovens engravidam por acidente, quando os "futuros pais" não têm condições psicológicas e econômicas de "bancar" um neném naquele momento, como condenar alguém por interromper algo impossível de se levar adiante? Uma menina de 16, 18 anos, recém ingressa na faculdade, tem mesmo que abdicar de toda uma vida para cuidar de uma criança não quista apenas porque cometeu um erro? Claro que não! Se fosse minha filha, com crime ou sem crime... a acompanharia a uma clínica na hora!!!! E o menino-futuro-pai? Tem o dever de pagar ,pelo resto de sua vida, com muito suor, oportunidades perdidas e, consequentemente, ressentimentos para com o futuro-filho, por uma gozada inoportuna?! Gente!!!! Sejamos sensatos... No mundo há muita gente infeliz... Vamos ainda estimular mais frustração?!

Daí vem a questão das clínicas de aborto. No Brasil, elas são clandestinas. 1.000.000 de abortos são feitos no Brasil, por ano, estima-se... Todos em condições precárias, às escondidas. O que isso provoca? Medo e mortes - das mulheres que abortam, inclusive!!!! Se o aborto fosse legalizado, a mulher procuraria o SUS, ou quiçá seu plano de saúde, e se submeteria ao procedimento de maneira segura e eficiente. Com essa hipocrisia legalizada, como temos atualmente, muitas têm hemorragia, infecções e, com medo de serem pegas pela polícia, morrem sem ajuda médica. A mulher e o bebê que, supostamente, a sociedade quis tanto proteger... É justo? É razoável?

O aborto, como já dito, é uma realidade, com ou sem proibição, com ou sem amparo médico. Pode ser menos cruel do que o é hoje, se adotadas as políticas de saúde e educação adequadas.

Saúde para quem não quer ter o filho. Amparo para alguém que, com certeza, não está ali por prazer, por vaidade, como se fosse fazer uma lipoaspiração ou um lifting facial. Aborto é uma medida absurdamente invasiva, extrema, e adotada em casos de urgência e desespero pelas mulheres que o fizeram. Se sabe que, conforme o método, muitas mulheres ficam estéreis pelo resto de suas vidas. Outras entram em depressão, por ser algo que - supostamente - as faz sentir fracassadas. Não me venham com o argumento de que as mulheres abortam, assim, levianamente, como quem toma pílula anticoncepcional diariamente. Sabemos que é uma experiência traumática. Sejamos humanos e solidários!

Se não cuidamos nem mesmo da sanidade psicológica e física das vidas que já existem, não seria muita pretensão querermos tutelar, com base em uma moral cega e ultrapassada, potenciais vidas, que nem sabemos se irão "vingar"? Acho que filho é algo muito sério para se ter por medo, de impulso, como que para pagar um erro, cumprir uma pena, evitar um delito... Se já sendo queridos eles se mostram como uma prova constante para toda a vida, que se dirá daqueles que são nascidos por acidente, muitas vezes rejeitados? POR ISSO QUE REPITO: ABORTO NÃO DEVERIA SER CRIME, MAS SIM OBJETO DE POLÍTICA DE SAÚDE PÚBLICA. PELA SUA LEGALIZAÇÃO!